“Obito é o Naruto que deu errado”, será?
Introdução
Desde o surgimento de Obito Uchiha em Naruto, muitos fãs traçam paralelos entre ele e o protagonista da série, Naruto Uzumaki. Ambos são jovens órfãos, marcados por traumas profundos e por um sentimento de abandono. Entretanto, enquanto Naruto converteu sua dor em força de vontade e laços positivos, Obito escolheu resignar-se ao sofrimento, abraçando a escuridão. A ideia de que “Obito é o Naruto que deu errado” nos convida a explorar como escolhas, suporte emocional e circunstâncias moldaram dois caminhos tão semelhantes em suas origens, mas tão divergentes em seus destinos.
1. Origem familiar e isolamento social: duas faces da solidão

“Raízes do abandono”
A vida de Naruto Uzumaki e de Obito Uchiha, ambos marcados pela perda precoce dos pais, traça paralelos e contrastes que revelam nuances profundas em suas trajetórias de isolamento e superação. Em Naruto, o verdadeiro órfão, Minato e Kushina sacrificaram-se para selar Kurama em seu filho recém-nascido. Embora esse ato protegesse a Vila da Folha, privou Naruto de conviver com seus genitores, fazendo dele um “filho legado” de toda a aldeia. Desde o primeiro instante, sua existência foi moldada por uma ausência que reverbera em cada uma de suas escolhas e na busca incessante por reconhecimento.
Obito, por sua vez, também perdeu os pais quando jovem, mas não chegou a ser completamente desacompanhado: foi criado pela avó. No entanto, essa figura de amparo existe apenas nas adaptações animadas (no Exame Chūnin e em fillers) e é silenciada no mangá, nos databooks e nas novels oficiais. Na cronologia canônica da obra original, Obito emerge como um jovem sem referências parentais, suporte que só se revela em flashes animados — reforçando, para o leitor do mangá, a sensação de abandono real.
O estigma imposto a cada um deles difere em sua natureza. Naruto, portador de Kurama, é visto como arma viva, “maldição ambulante” que gera medo e rejeição. Nunca é tratado como criança; sua presença só é requisitada em emergências, para conter ameaças. Essa visão social impede qualquer laço afetivo genuíno, perpetuando sua solidão. Obito, por outro lado, não nasce com um poder extraordinário — e, por isso, é ignorado pelos instrutores e pelos círculos de prestígio do clã Uchiha. Rotulado como “ovelha negra” e “o Uchiha sem Sharingan”, ele realiza apenas missões de menor importância. Seu valor só se torna evidente quando, após a traumática perda de Rin, desperta o Mangekyō Sharingan, consolidando a ideia de que, para ser reconhecido, é preciso sofrer.
Essa dualidade de rejeição — por excesso de poder em Naruto e por ausência em Obito — encontra um núcleo semelhante: ambos se veem excluídos por algo que não controlaram. Para Naruto, o fardo veio de Kurama, colocado nele desde o nascimento; para Obito, a falta de um dōjutsu que se esperava despertar. Enquanto Naruto transforma sua condição em força e propósito, Obito, humilhado pelo sistema que o ignorou, permite que o vazio o consuma, revertendo sua dor em vingança.
Em última análise, as histórias de Naruto e Obito ilustram como o ostracismo, seja por um poder aterrorizante ou por sua ausência, molda a alma e determina caminhos distintos. Naruto escolhe lutar pela aceitação no mundo real; Obito, seduzido pela promessa do Tsukuyomi Infinito, busca uma paz utópica num mundo ilusório — reflexo de como cada um lida com as raízes do abandono.
Este princípio comparativo aprofundado mostra como, embora ambos partam de uma condição de “órfão isolado”, as nuances de suas histórias familiares e sociais delineiam caminhos psicológicos distintos: Naruto, empurrado pela dor do sacrifício a buscar aceitação, e Obito, abandonado pela percepção de fraqueza, a alimentar um ódio que o transformaria no antagonista sombrio que conhecemos.
2. Testemunhar a “morte” e o papel da rede de apoio

O abalo de Naruto ao ver Hinata ferida
“Cena de Dor e Renascimento”
Durante o ataque de Pain, Naruto presencia Hinata quase morrer ao defendê-lo. Esse momento quase o leva à desistência, mas acaba se tornando o catalisador para o despertar de seu modo jinchūriki. No entanto, sua principal dor só é verdadeiramente sentida quando recebe a devastadora notícia da morte de seu mais querido sensei: Jiraiya-sama.
No decorrer de sua trajetória, Naruto contou com figuras que preencheram o vazio deixado por sua família biológica. Iruka, desde o primeiro dia, agiu como figura paterna, protegendo Naruto do estigma social e acreditando em seu valor quando ninguém mais o fazia. Jiraiya, por sua vez, tornou-se um mentor carismático que ensinou não apenas técnicas de combate, mas também valores de paternidade e autoconfiança. Shikamaru e os demais companheiros de time ofereceram-lhe solidariedade, provando que laços formados em batalha podem ser tão fortes quanto os de sangue.
A união desses vínculos permitiu que Naruto transformasse o choque da morte de Jiraiya — e a quase perda de Hinata — em determinação. Esse impulso emocional não só o motivou a salvar sua vila, como também fortaleceu seu ideal de paz baseado em empatia, resiliência e conexões verdadeiras.
“O Colapso de Obito ao Ver Rin Morrer”
Em contrapartida, o trauma primordial de Obito ocorre quando presencia Kakashi — seu melhor amigo e rival — perfurar o peito de Rin. Ela acreditava que esse era o único modo de impedir que a bijū de Três Caudas fosse libertada em Konoha. Essa cena trágica não apenas rompe os laços que Obito ainda possuía, mas também destrói sua esperança em um futuro onde ele fosse aceito e amado.
Diferente de Naruto, Obito cresce sem qualquer tipo de apoio emocional estruturado. Não há um Iruka que acredite nele desde o início. Não há um Jiraiya para guiá-lo ou lhe oferecer um caminho de luz. E não há amigos sólidos: Kakashi, em meio ao conflito entre dever e afeto, se torna seu carrasco. E Madara, em vez de confortar sua dor, a manipula com promessas falsas.
Isolado e desamparado, Obito abraça a única promessa de paz que lhe resta: mergulhar o mundo inteiro em um sonho eterno por meio do Tsukuyomi Infinito. Essa utopia ilusória, apresentada como solução definitiva, torna-se seu novo propósito de vida — uma forma de substituir os laços reais que perdeu por um vínculo coletivo forjado na ilusão.
Comparativo de superação x rendição
Aspecto | Naruto & Hinata / Rede de apoio | Obito & Rin / Escolha do Tsukuyomi |
---|---|---|
Morte testemunhada | Hinata quase morre, mas sobrevive; Jiraya morre ele ele entra em depressão profunda | Rin realmente morre |
Reação imediata | Raiva e tristeza viram determinação | Desespero absoluto vira rancor |
Rede de apoio | Iruka, Jiraiya, Shikamaru, amigos | Ausência de família e amigos reais |
Alternativa oferecida | Vínculos reais e ideais de paz | Utopia ilusória do Tsukuyomi Infinito |
Destino emocional | Renascimento mais forte e comprometido | Entrega à escuridão e criação de mundo falso |
Ao confrontar o horror de quase perder alguém querido, Naruto encontra novas forças naqueles que o cercam — provando que mesmo na beira do abismo, o apoio sincero pode salvar uma alma. Obito, por sua vez, mergulha no abismo sem rede de segurança: sem figuras que lhe deem razão para continuar, ele aceita a quimera de um mundo perfeito, construindo sobre a ilusão seu caminho sombrio.
3. O dom do poder: sacrifício de Obito vs. reserva de Naruto

O presente que roubou o futuro de Obito
A Transferência do Sharingan
Quando Obito é dado como morto durante a missão, ele realiza um ato de extrema generosidade: decide dar a Kakashi seu Sharingan como legado, reconhecendo sua recente promoção a jōnin. Esse gesto, nobre por essência, carrega um peso silencioso — é a renúncia ao único símbolo de valor que o ligava diretamente ao seu clã.
O despertar do Sharingan era, para Obito, a chave para conquistar o reconhecimento dentro do clã Uchiha — algo que ele sempre sonhou alcançar. Pela primeira vez, ele poderia se destacar, ser elogiado, aplaudido, finalmente visto como prodígio. Mas escolheu abrir mão disso e entregar esse prestígio, seu olho, a Kakashi.
Como consequência, Kakashi, já aclamado por seu intelecto notável, herda o Sharingan e passa a ser conhecido como o célebre “Kakashi do Sharingan”. Obito, por sua vez, permanece sob a rocha — literal e metaforicamente — tornando-se uma sombra. Ele jamais saboreia o reconhecimento que tanto buscou. Vê outro ser celebrado por um poder que era, por direito, seu.
Esse sacrifício profundo não foi compensado por gratidão nem por justiça. Ao contrário: tornou-se uma ferida psicológica. A perda de Rin e a perda simbólica do próprio valor acentuaram o ressentimento de Obito contra o sistema shinobi. A estrutura que deveria valorizá-lo o traiu, e essa decepção se converteu em convicção sombria: somente um novo mundo, moldado pelo Tsukuyomi Infinito, poderia apagar a crueldade do atual.
A Ausência de Presente: Naruto e Sasuke
Ao contrário da relação entre Obito e Kakashi, Naruto e Sasuke nunca tiveram entre si uma relação de mentor e protegido — são rivais desde o início. Naruto busca aceitação, Sasuke busca poder. E em nenhum momento Naruto entrega a Sasuke algum jutsu, arma ou concessão que facilite sua jornada. Sua filosofia é clara: vencer pelo próprio mérito.
Mesmo assim, o reconhecimento entre os dois não é imediato. Sasuke, obcecado em superar Itachi, só passa a reconhecer Naruto como igual muito tempo depois — no Vale do Fim — quando ambos estão exaustos, de corpo e alma, e finalmente entendem o quanto um é necessário ao outro.
Diferente de Obito, Naruto não abre mão de seus méritos. Ele não transfere legados, não cede atalhos. Sua ascensão é conquistada com dor, esforço e convicção pessoal. E por isso, seu respeito é sólido e legítimo.
Narrativamente, a recusa de Naruto em dar “presentes” reforça seu desenvolvimento como personagem. Ele constrói laços com base na superação, não na dependência. E, com isso, a obra sublinha uma verdade poderosa: o verdadeiro reconhecimento nasce de ações autênticas, não de favores.
Comparativo de mérito e legado
Elemento | Obito → Kakashi | Naruto ↔ Sasuke |
---|---|---|
Ato central | Presente do Sharingan | Ausência de presente |
Quem doa | Obito (o “sem talento”) | — (Naruto nunca doa) |
Quem recebe | Kakashi (o prodígio universal) | Sasuke (o rival distante) |
Impacto no doador | Perda de futuro e culpa | Mantém controle sobre seu próprio legado |
Impacto no receptor | Aumento estratosférico de prestígio | Reconhecimento gradual e tardio |
Efeito narrativo | Gatilho para revolta e recriminação | Construção de respeito mútuo através da jornada |
Este contraste demonstra como o sacrifício extremo de Obito — entregar o que mais desejava — contrapõe-se à postura de Naruto, que conquista cada passo sem abrir mão de seu potencial. Enquanto o “presente” de Obito acaba servindo de combustível para seu desespero, a recusa de Naruto em facilitar atalhos solidifica seu legado de herói construído a partir de suas próprias provações.
Obito Uchiha era realmente um vilão?
O arquétipo do anti‑vilão em Naruto
A trajetória de Obito Uchiha transcende as categorias simplistas e dualistas de “herói” e “vilão”. Embora ocupe o papel de principal antagonista durante a Quarta Guerra Ninja, sua jornada é marcada por camadas de dor, idealismo distorcido e, finalmente, “redenção” — características típicas de um anti‑vilão, e não de um vilão “puro”. A seguir, uma análise mais aprofundada que enriquece e fortalece essa interpretação:
4. Motivação enraizada na empatia e no desespero

Reescrevendo em formato redacional
O ideal de Obito surge após a perda de Rin, não como uma busca por maldade, mas como uma expressão de extrema compaixão. Ele deseja evitar que o mundo sofra a dor que ele vivenciou, e é com essa intenção que nasce sua visão do Tsukuyomi Infinito: um mundo onírico onde a dor seria erradicada. Seus atos, mais do que cruéis, são uma distorção desse anseio humano, refletindo a tragédia de um órfão emocional. Sem apoio, ele encontra na criação de uma utopia ilusória a única forma de escape.
A Origem do Ideal
Após a perda de Rin, Obito não abraça o mal por prazer, mas por uma compaixão extrema: ele deseja poupar o mundo do mesmo sofrimento que experimentou. Dessa crença nasce sua visão do Tsukuyomi Infinito, um sonho no qual toda dor seria erradicada. Mais do que um ato de crueldade, suas ações refletem a tragédia de um órfão emocional — privado de qualquer rede de apoio, Obito enxerga na criação de uma utopia ilusória a única saída possível. Contudo, essa solução exige um genocídio em escala global, revelando o perigo de quando o desespero se transforma em justificativa para a força. Diferentemente dos vilões tradicionais, movidos pela sede de poder ou por um ódio gratuito (Como Sukuna, Sidious, Sauron, Voldemort, Capitão Pátria), Obito age impulsionado pelo temor de que o sofrimento se perpetue em cada ser vivo.
Métodos Extremistas versus Propósito Altruísta
Para impor sua visão, Obito lança mão de violência instrumental: manipula a guerra ninja, articula alianças políticas e até se utiliza sob a identidade do próprio Madara. Essas táticas, embora brutais, são encaradas por ele como um mal necessário — uma forma de arrancar da humanidade sua liberdade de infligir dor. Em nítido contraste, heróis como Naruto lutam para proteger a vida e preservar o livre‑arbítrio; Obito, ao julgar o livre‑arbítrio fonte de dor, opta por suprimí‑lo em nome da paz. Ainda que seu objetivo final — um mundo sem sofrimento — pareça nobre, os meios extremos o distanciam da empatia genuína que originalmente o motivou. Surge, assim, o insight narrativo de um anti‑vilão: alguém que compartilha, ao menos em tese, do mesmo anseio positivo do herói, mas escolhe meios que corrompem seus próprios valores.
Resquícios de Humanidade e o Ponto de Virada
Mesmo transformado em Jūbi Jinchūriki, Obito mantém diálogos internos — com a lembrança de Rin e com um “eu” idealizado — revelando suas dúvidas e arrependimentos. Sua hesitação ao confrontar ex‑companheiros na Guerra Ninja expõe o peso da culpa que carrega. É nesse momento de conflito interno que Naruto intervém, não com ódio, mas com compaixão e a convicção de que outra forma de paz é possível. Esse gesto de amor incondicional faz Obito se sentir, pela primeira vez, aceito apesar de seus erros. A centelha de humanidade que nunca se apagou ressurgesce, e ele encontra a força para lutar pelo futuro — não por punição em massa, mas por esperança real. Essa reviravolta confirma que a redenção de Obito só seria viável porque em seu íntimo jamais desapareceu a centelha de quem ele podia ser, uma característica incompatível com vilões sem salvação.
A linha tênue entre herói e vilão
Critério | Vilão “puro” | Anti‑vilão (Obito) | Herói (Naruto) |
---|---|---|---|
Motivação | Ódio, poder, prazer na dor | Redução do sofrimento via utopia forçada | Proteção da vida e liberdade |
Método | Violência gratuita | Violência instrumental, mas com “propósito” | Conflito como último recurso |
Consciência moral | Ausente | Presente — acompanhado de culpa e dúvida | Presente e firme |
Potencial de redenção | Quase nulo | Elevado — depende de empatia externa | Implícito no próprio arco heroico |
Relação com o espectador | Repulsa | Fascínio e empatia ambígua | Identificação e inspiração |
5. Impacto temático e legado

Complexidade Narrativa
Obito provoca nos espectadores uma reflexão profunda: quando a intenção é genuinamente voltada a aliviar o sofrimento alheio, até que ponto o emprego de força extrema acaba por torná‑lo “o mal”? Sua trajetória questiona a linha tênue entre sacrifício necessário e tirania disfarçada de compaixão, mostrando que motivações nobres podem desviar-se para territórios sombrios quando o desespero guia as ações.
Ideologia Compartilhada
Ambos — Naruto e Obito — carregam perdas profundas que moldam seus destinos. Naruto opta pela luz, buscando cura e união através do afeto real. Obito, por outro lado, escolhe o caminho da ilusão, refugiando‑se em um mundo onírico para escapar da dor. Juntos, eles representam as bifurcações que a mesma ferida pode criar: um caminho conduz ao renascimento da confiança, o outro, a perpetuação do desespero sob a forma de controle absoluto.
Mensagem
Em “Naruto”, a fronteira entre herói e vilão revela‑se menos como muro intransponível e mais como convite ao diálogo. A jornada de Obito demonstra que mesmo aqueles que se afastam radicalmente da luz mantêm em si a possibilidade de redenção, desde que sejam tocados pela compaixão verdadeira — a mesma compaixão que, um dia, transformou Naruto no símbolo de paz que inspira gerações.
Síntese enriquecida
Obito Uchiha é o anti‑vilão paradigmático: um personagem movido por motivações compreensíveis — até altruístas — que escolhe métodos extremos, paga um preço trágico por isso e, finalmente, encontra redenção. Analisar Obito não como “o mal em pessoa”, mas como um espelho distorcido de Naruto, enriquece a compreensão da narrativa de Masashi Kishimoto, evidenciando que o maior conflito não está entre luz e trevas, mas entre caminhos que cada indivíduo decide trilhar ao enfrentar sua própria dor.
6. A Ilusão do “Espelho Literal
Por mais que Obito e Naruto compartilhem semelhanças visuais — cores opostas e traços parecidos — isso não os torna literalmente “o espelho” um do outro. As convergências entre eles são, sobretudo, ideológicas, e não meros reflexos de “copia e cola”, como a fandom frequentemente alega.
A comunidade de fãs, por preguiça de explorar cada personagem em sua singularidade, costuma afirmar que a equipe de Minato espelha a de Kakashi: “uma versão que deu certo e outra que deu errado”. Essa narrativa simplista sustenta que ambos os grupos seriam iguais em tudo, tendo seus futuros interrompidos de modo análogo. No entanto, basta assistir a um único episódio para perceber que essa interpretação é não só errônea, mas generalizada e reducionista.
O que muitos fãs fazem é recortar frames em que Naruto e Obito compartilham expressões, comportamentos ou situações semelhantes, para provar que “estão fazendo a mesma coisa” e, assim, forçar a ideia de repetição. Trata‑se de manipulação narrativa: a construção de uma semelhança forçada para reforçar um argumento preguiçoso. Essa abordagem é amplificada em diversos vídeos e artigos famosos na internet, além de raps de anime que, especialmente entre jovens e adolescentes com pouca bagagem analítica, repetem o discurso de que “era tudo a mesma coisa”.
De fato, Obito e Naruto possuíam o mesmo ideal de paz. Mas suas personalidades, vivências e relacionamentos são drasticamente diferentes. Enquanto Naruto encontrou suporte em amizades e venceu pelo esforço conjunto, Obito foi moldado pela perda de Rin e pela solidão, optando por uma solução utópica e ilusória. Essa distinção — e tantas outras — mostra que reduzir seus percursos a um mero espelhamento é desprezar a riqueza e a profundidade de suas jornadas individuais.
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